levanta-te homem. abra a janela e veja o novo dia nascendo atrás das colinas de tapete verde. corra e sinta o aroma da manhã, o aconchego do sol afagando sua pele. feche os olhos, mas só por um instante. insista, persista e acredite que a vida vale a pena. tenha fé. em você, no próximo, no ser. não desvie-se do caminho, mas ainda assim, faça os retornos necessários. ah homem, como eu queria sair de ti por um instante, um segundo só, e pudesse ainda a consciência estar contigo; viajar até o amanhã e apressar-me em ver o triunfo. levanta-te homem. acredite. que a vida seja bela como todo amanhecer.

Assim foi

A noite ainda caminhava abraçada com o dia, a chuva caía insistentemente de forma leve e trazia consigo um toque frio à pele. Meus olhos já estavam abertos, embora o corpo não respondesse à altura da sua ansiedade. A casa ganhava vida a cada abrir e fechar de porta e o aroma do café afagava a todos como um leve toque de mãos alvas e sedosas. Assim começou o dia. Ainda que ansioso, foi também gracioso. O dia que teimava em surgir, duelando com a escuridão das primeiras horas da manhã finalmente surgiu a caminho do hospital. Os ouvidos escutavam somente o cair da chuva e o carro deslizando no concreto da rodovia. A chuva ainda insistia. A espera aumentava na medida em que nos aproximavamos do prédio. E de lá, com seus corredores extensos, a sala do final abrigaria a todos para testemunhar o milagre da vida e mais um ser chegar ao planeta. Ele nasceu grande, rosado e bem barulhento. É gracioso e cobriu o ambiente de alegria. E assim foi.

fato fato

fato, gosto de conversar

gosto de conversar conversas boas, não aquelas chatas e sem graça.

fato, gosto de pessoas

gosto de pessoas interessantes, não as que se acham interessantes.

fato, música é presente

ainda mais se for aquela música!

fato,  dançar faz bem

e me faz sentir vivo

fato, teatro é bom

mas também é cruel.

fato, fato, fato e mais fato

aos bons de coração, desejo os mais puros sentimentos; aos cruéis, hipócritas e baixos, só o meu desprezo.



sem mais....

pensamentos do ser renatiano

o tempo corre como água que segue o curso do rio. e tá se esvaindo pelas mãos também. olho lá pro horizonte nas alturas da cidade e penso que tudo 'ta indo'. será que se ajeita?
textos jogados na mesa, anotações em grafite no papel branco, uma pequena pilha de livros com assuntos diversos, corpo um pouco dolorido, pensamento em estudos e viagens!

segue o curso vida.

Fernando Pessoa

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Sentindo o dia como outro dia. Sentindo o sol sem muita força. Sentindo o dia quieto, como a tarde de outono deve ser. Sentindo a mesma canção, tocando na vitrola repetidas vezes. Sentindo o aroma do café, recém preparado em eras audaciosas. Sentindo pessoas caminhando lá na rua. Sentindo o barulho lá de fora, o mexer da cidade, o tempo passar, a terra girar, o medo pairar, a estafa chegar. Sentindo-se perdido nas alturas da cidade.

E na 25 tem de tudo

E na 25 tem de tudo. Tem o entregador de marmita, tem a dona de casa, tem sacoleiro, tem PM, tem o rapa, tem gente, muita gente. Tem bugiganga, tem camelô, tem gente esbarrando em você, tem apito, coisas passando pela sua cabeça, tem coisas, muitas coisas; tem eletrônicos, tem relógios, tem falsetas, tem bijuterias, tem fantasias, tem brinquedos, tem tecidos, tem mais falsetas, tem pirataria, tem muito taliban, tem china, taiwan, sotaques, e gente de fora; da cidade, do estado, do país. Na 25 tem de tudo mesmo. Mas tem muito chinês, de cabelos escovados, pintados, ocidentalizados, com celulares made in china e roupa de quase grife. E na 25 tem de tudo mesmo. Mas o que mais tem é o retrato de um povo que não deve passar muito bem lá do outro lado do mundo e se apronta em arranjar um stand por aqui. E trata de fazer filho, muito filho e manter a fama de rua de comércio onde se encontra tudo em bastante quantidade. Tem criança, de olho puxado, prestando atenção no estrangeiro. Tem calor, de gente e de clima, e bebês dormindo em carrinhos e cadeiras de praia pelos corredores de um, assim nomeado, shoping enquanto os pais batem aquela marmita no próprio box, entre as muitas coisas que a 25 tem. E na 25 tem de tudo mesmo.

Isso é tão renatiano

Um tanto assim, buscando outros caminhos, percorrendo o mundo num balão de gás sem fim que passa entre as nuvens. Contemplando o dia cair, a noite reinar e as estrelas brindarem à Lua, deixando as portas do Universo se abrirem e o homem ao Infinito se juntar. Sobe balão, mostra pra mim o mundo, assim como ele é; pequeno diante da Imensidão do espaço que persiste em nos rodear.

A Senhora

Estava eu lá, com aquela empolgação típica de um garoto de seus 20 anos, conversando e planejando o que eu achava ser o melhor para o meu futuro. Sentado numa mesinha de café, com um suco de côco à frente e aquela descontração típica de quem esta papeando com amiga de longa data. O Sol lá fora era intenso e a tarde teimava em se sustentar na cidade do interior. Das 6 mesas do local, além da minha, apenas mais uma estava ocupada e só havia mais uma ou duas pessoas sentadas direto no balcão. Eis que surge uma senhora, de feição tranquila e corpo levemente arqueado em seu vestido vermelho. Não reparei em seus sapatos, mas provavelmente deviam combinar com sua roupa distinta. Era morena, cabelos presos e pintados. Não era uma mulher idosa, mas daquelas que a convenção permite que se chame de senhora. Ela entrou acompanhada. Não consigo me lembrar se por homem, mulher ou criança. Mas da senhora me lembro bem. Entrou primeiro, abriu um largo sorriso para a mocinha do caixa.

Minha mesa ficava bem em direção à porta. Daquelas que te deixam no meio do salão e, de certa forma, até um tanto desprotegido no ambiente. Sempre que ia naquele café, pegava a mesa do canto direito, encostada junto a uma janela de vidro, semelhante a uma vitrine, que permitia olhar a rua e quem passasse por ela. Não sei explicar por que naquele dia a mesa do centro pareceu atraente aos meus olhos e aos de minha amiga.

O fato é que estavamos lá. E logo depois do sorriso à mocinha do caixa, a primeira pessoa que a senhora poderia ver era eu. E assim foi. Retribui o sorriso e continuei minha conversa.

A senhora passou por mim. Conversava com uma funcionária. Essas conversas triviais, acredito, sobre o tempo, o calor ou qualquer coisa do gênero. Fez o seu pedido. Olhou o salão e novamente olhou para mim. Dessa vez não sorri ou esbocei nenhuma expressão. Nossos olhares mal se encontraram.

A senhora no seu vestido vermelho veio em minha direção. Deu poucos passos e parou exatamente na minha frente. Pediu desculpas por interromper a minha conversa. Naquele momento parei, olhei para a senhora que me pedia isso com um largo sorriso. Seus olhos estavam fixos nos meus. “Você é muito bonito garoto; você trabalha com televisão?” “Sou ator, mas nunca fiz tv”, respondi. “Ah, que sorriso lindo você tem. Parabéns. Muito bonito mesmo”

Agradeci o elogio. A senhora foi sentar-se no mesmo lugar que eu sempre escolhia. Continuei minha conversa, agora pensando na simpatia da senhora.

Vai e vem

salve salve que o mundo continua girando e parece que cada vez mais rápido; e eu estou aqui, seguindo o caminho, como espectador de mim mesmo, me acompanhando, por vezes desiludidas, procurando por tempos onde o fruto será colhido de árvores frondosas.

Assim, assim

que o tempo permita que possamos nos ver sempre como eternas crianças brincando ao pé de uma árvore ou correndo em campos de flores. que tudo seja repleto de realizações para nós e haja sempre espaço para o aplauso de cada conquista. que se faça presente. não apenas aquele física, mas, principalmente, a de espírito. que os dias passem calmos e claros e que neles, seja possível lembrar de um sorriso, de um carinho. que os olhos reflitam a paz interna e admiração e faça lembrar, a cada dia, a satisfação de se estar lado a lado.

O Grito

 

O grito ecoou por entre as frestas das janelas, pelos vãos das portas entre abertas, pela noite quente e tranquila. Nem o duro tijolo misturado com o sólido concreto impediram a voz sem identidade de adentrar impetuosamente nas casas dos cidadãos honestos, desejosos da noite para descansar. Noite escura e cruel. Silenciosa. Noite inimiga que não quer ser interrompida pelo grito. Que não está acostumada ao barulho e a ser contrariada. Noite impassível que nada pode fazer, a não ser ostentar sua escuridão e reinar nos céus. Sentiu-se desafiada pelo grito. Esse rápido, esperto, agudo, alto e sonoro grito. Partiu pela noite, faceiro como só ele poderia ser e sentia que quem o gerou queria que todos o ouvissem, que entrasse sem ser anunciado em cada lar, em todos os cantos, em cada ouvido. Pela sua intensidade, sabia que seu dono queria ainda que percorresse o mundo. O grito descobriu que a tarefa era difícil logo que saiu dos pulmões e garganta, carregado de ar e sonoridade. Procurou se espalhar. Ali no vizinho, por entre os prédios, encontrou as copas das árvores, alguns animais, o asfalto. Ele tinha a visão além daquele quadro. Queria vencer a noite e chegar até onde ela não mais existia. Foi ficando pequeno. Perdendo espaço. Lutou por mais alguns segundos até não mais agüentar. Assim, não havia mais nada a fazer, a não ser render-se à noite preta que continuava a reinar, soberana e indiferente. 

Esperança

É preciso ter esperança. Agarrar-se a ela e não deixar de forma alguma que ela morra. Hoje, a minha esperança é de novo a meninazinha de olhos verdes recém saltada do décimo segundo andar.

 

Esperança

Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Isso é tão renatiano…

Tommy Little Field ainda se via envolvido em seus pensamento mesmo após fechar seu diário ao ouvir a voz da pequena Nancy chama-lo do outro lado do lago. Era uma bela tarde de outono perfeita para se sentar ao pé de um jambeiro e apreciar o sol indo de encontro com o horizonte, deixando o lago de águas calmas como um grande manto dourado que se estendia até aonde se podia enxergar alguns outros arbustos que complementavam a pequena casa de madeira, da onde, nesse momento se sentia um delicioso aroma de canela e algo acabado de sair do forno.

A pequena Nancy ainda chamava por Tommy, correndo de um lado ao outro e acenando com suas delicadas mãos, em seu vestido rosa:

“Tommy, Tommy! Venha! Estamos todos esperando para comer os biscoitos da Senhora May.”

“estou indo”, respondeu Tommy, se levantando e circulando o lago, em passos rápidos, em direção à casa, de onde se sentia o cheiro de fartura em seu café.

So…

So, the year has begun and i’m afraid to say that the path is going to be rough. But, nobody said it was easy. Although i still believe in something i guess my mind is going crazy…a lot of thoughs…and a lot of to do!

so, lets begin

e começa 2010

que seja de sucesso, saúde e muita paz...

outras vidas

esses artigos são sempre interessantes pra mim! espero ainda ouvir com certeza sobre vidas fora da terra...e poder dizer 'i told you so' pra algumas pessoas, hehehe

DA FOLHA DE SÃO PAULO 08/01/2010 - 19h04

Astrônomos dizem que planetas habitáveis devem ser encontrados em até 5 anos

da Associated Press, em Washington

Astrônomos dizem que estão prestes a encontrar planetas como a Terra orbitando outras estrelas, um passo-chave para determinar se nós estamos sozinhos no Universo.

Um importante oficial da Nasa (agência espacial norte-americana) e outros importantes cientistas dizem que, dentro de quatro ou cinco anos, eles devem descobrir o primeiro planeta similar à Terra onde a vida poderia se desenvolver, ou já se desenvolveu.

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Um planeta com o tamanho próximo ao da Terra pode até mesmo ser encontrado neste ano se vestígios preliminares de um novo telescópio espacial se confirmarem.

Na conferência anual da Sociedade Astronômica Norte-Americana, que acontece nesta semana, cada descoberta envolvendo os assim chamados "exoplanetas", aqueles planetas de fora do nosso Sistema Solar, apontam para a mesma conclusão: planetas como a Terra, em que a vida pode se desenvolver, são provavelmente abundantes, apesar do violento Universo de estrelas explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.

Kepler, o novo telescópio da Nasa, e uma riqueza de novas pesquisas no repentinamente quente e competitivo campo dos exoplanetas gerou discussões notáveis na conferência.

AP/Nasa

Concepção artística de como poderia ser um planeta habitável como a Terra, que pode ser encontrado em 5 anos

Sozinhos?

Cientistas falam sobre estar em um "ponto especialmente incrível na História", próximos de responder uma questão que perseguiu a humanidade desde o início da civilização.

"A pergunta fundamental é: Nós estamos sozinhos? Pela primeira vez, há otimismo de que, em algum momento de nosso tempo de vida, vamos conseguir responder esta questão." É o que diz Simon "Pete" Worden, astrônomo que lidera o Centro de Pesquisas Ames da Nasa. "Se eu fosse de apostar, e eu sou, apostaria que nós não estamos sozinhos, que há muita vida [pelo Universo]", completa ele.

Até mesmo a Igreja Católica organizou conferências científicas sobre a possibilidade de vida extraterrestre, incluindo um encontro em novembro passado. "Estas são grandes questões que refletem sobre o significado da raça humana no Universo", disse o diretor do Observatório do Vaticano, o reverendo Jose Funes, durante a conferência desta semana.

Worden disse à Associated Press: "Eu certamente esperaria que, nos próximos quatro ou cinco anos, encontremos um planeta do tamanho da Terra em uma zona habitável."

Caça-planetas

AP/Nasa

Concepção artística fornecida pela Nasa mostra o telescópio espacial Kepler

O centro de pesquisas do cientista é responsável pelo telescópio Kepler, que está fazendo um intenso censo planetário de uma pequena parte da galáxia. Diferentemente do telescópio espacial Hubble, que é um instrumento genérico, o Kepler é especializado em busca de planetas.

Seu único instrumento é um sensor que verifica a luminosidade de mais de 100 mil estrelas ao mesmo tempo, atento a qualquer coisa que bloqueie essa luz. Isso frequentemente significa um planeta passando em frente à estrela.

Qualquer planeta que pudesse suportar vida seria quase com certeza rochoso, ao invés de gasoso. E precisa estar no local certo. Planetas muito próximos de uma estrela será muito quentes também, e aqueles muito distantes são muito frios. "Em cada lugar que procuramos, encontramos um planeta", diz Scott Gaudi, astrônomo da Universidade de Empire State. "Eles aparecem em todo tipo de ambiente, todo tipo de lugar."

Os pesquisadores estão encontrando exoplanetas em uma velocidade muito grande. Nos anos de 1990, eles encontravam cerca de um par de novos planetas por ano. Mas por quase toda a última década, já se chegou a um par desses planetas por mês. E neste ano, os planetas estão sendo encontrados em uma base diária, graças ao telescópio Kepler.

O número de exoplanetas descobertos já passou bem dos 400. Mas nenhum deles tem os componentes certos para a vida. Isso está para mudar, dizem os especialistas. "Com o Kepler, nós temos fortes indicações de planetas menores em grande quantidade, mas eles ainda não foram verificados", diz Geoff Marcy, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele é um dos "pais" da área de estudos para a caça a planetas e um cientista do telescópio Kepler.

No entanto, há uma grande dificuldade. A maioria dos primeiros candidatos a exoplanetas encontrados pelo telescópio Kepler estão agora sendo identificados como outra coisa. Ao invés de planetas, por exemplo, percebeu-se, que eram na verdade uma estrela cruzando o ponto de vista do telescópio, diz Bill Borucki, um dos mais importantes cientistas do Kepler.

Alvos

AP/Nasa

Imagem do telescópio Kepler mostra espaço em que se buscam planetas similares à Terra

O Kepler se concentra em uma região equivalente a por volta de 0,25% do céu noturno, explorando mais de 100 mil estrelas. Suas distâncias vão de algumas centenas a milhares de anos-luz de distância. Assim, esses planetas são muito distantes para se chegar em viagens, e não podem ser vistos diretamente como os planetas de nosso Sistema Solar.

Se houver um objeto como a Terra na área em que o Kepler está investigando, o telescópio vai encontrá-lo, diz Marcy. Mas pode levar três anos para confirmar a trajetória orbital do planeta.

O que o Kepler confirmou por enquanto continua apontando para a ideia de que há muitas outras "Terras". Antes do Kepler, esses corpos eram muito pequenos para serem vistos.

Borucki, nesta semana, anunciou a descoberta de cinco novos exoplanetas, todos encontrados nas primeiras seis semanas de busca. Mas todos eles são muito grandes e no lugar errado para serem como a Terra.

Quando o telescópio Kepler olhou para as 43 mil estrelas que são quase do mesmo tamanho de nosso Sol, os cientistas descobriram que praticamente dois terços delas parecem ser tão "amigáveis e não-violentas" para a vida que essa nossa mais próxima estrela.

ESO/AP

Corot-7b, em concepção artística; 1º planeta rochoso extrassolar encontrado, ele é muito quente, pela proximidade com sua estrela

Marcy, que nesta semana anunciou encontrar um planeta quatro vezes maior que a Terra, não gosta de especular quantas estrelas possuem planetas como o nosso. Mas, quando pressionado, ele disse, nesta quinta-feira: "70% de todas as estrelas possuem planetas rochosos".

Assim, ele compara: "se você estivesse numa cozinha tentando preparar um planeta habitável, nós já sabemos que, no cosmos, todos os ingredientes estão aí".

Enquanto astrônomos na conferência estão empolgados sobre exoplanetas, Marcy é mais cético, como Jill Tarter, diretor do Instituto Seti, que busca vida inteligente monitorando transmissões eletromagnéticas.

Estes dizem que ainda há a chance de que as buscas não deem em nada, e que a formação de planetas do tamanho da terra seja muito difícil.