Só
Quando o céu ficou pequeno para tantas janelas? Quando contar estrelas passou a ser menos interessante do que contar janelas iluminadas? Janelas que varam a madrugada e têm a insônia como parceira e segredos guardados. Palavras nunca reveladas. Mundos escuros, música baixa, talvez o barulho do vento entre os vãos dos prédios. O que será que cada uma guarda? Qual dessas janelas esconde o mesmo medo que o meu, a mesma angústia, a mesma aflição? Não consigo ver, só contar. E de uma em uma o vazio toma conta de mim. Sinto minha respiração e a solidão a devorar.
Solidão.
Antes, quando eu contava estrelas, eu pensava que solidão fosse estar sozinha. E não tinha ninguém mais sozinha do que eu. Mas essa solitude é algo que se aprende. Somos condenados a ela. Assim como o tempo não para, não há como impedir de se estar só. Não há um aprendizado que não se faça sozinho. Não há como entender nada a não ser sozinha. E eu aprendi.
Será que em alguma dessas janelas tem alguém que se sinta assim? Ou será que logo ali existam apenas idiotas que não enxergam? Que ali todos sejam amados e esqueçam de que vieram ao mundo sozinhos. Não sei. Amar, ser amado. Retribuir carinho. Desejar...
Talvez, a pior solidão é a de não ser amada.
(rascunho extraído de um conto recém escrito por renato possidônio, essa pessoa que vos fala)
Solidão.
Antes, quando eu contava estrelas, eu pensava que solidão fosse estar sozinha. E não tinha ninguém mais sozinha do que eu. Mas essa solitude é algo que se aprende. Somos condenados a ela. Assim como o tempo não para, não há como impedir de se estar só. Não há um aprendizado que não se faça sozinho. Não há como entender nada a não ser sozinha. E eu aprendi.
Será que em alguma dessas janelas tem alguém que se sinta assim? Ou será que logo ali existam apenas idiotas que não enxergam? Que ali todos sejam amados e esqueçam de que vieram ao mundo sozinhos. Não sei. Amar, ser amado. Retribuir carinho. Desejar...
Talvez, a pior solidão é a de não ser amada.
(rascunho extraído de um conto recém escrito por renato possidônio, essa pessoa que vos fala)
3 comentários:
29/6/09 23:48
Fala, garoto! Tudo bem?
Olha, não consegui ler o post até o final! É que é meio forte para mim no momento!
Mas, sábias palavras.....
Ab
30/6/09 14:18
Sobre o recado que me deixou... os caminhos sempre são mais interessantes que o objetivo propriamente dito. Não sei o que está acontecendo para você, mas se ainda existir caminhos a percorrer, bem, isso pode valer à pena... o que não dá pra acontecer é a sensação de que todas as estradas estão interditadas, como estou me sentindo hoje.... Não raras vezes tive que optar por coisas bem diferentes das que havia planejado... no fim, acaba valendo... aquele lance de se arrepender apenas por coisas que tenha feito e não pelas que não fez... essa é a idéia...
Se não estiver existindo nenhuma injustiça para você, siga... pode ser interessante...
By the way, amei a descrição do seu perfil!
Bjs,
30/6/09 17:35
depois de respondido no blog do adriel e da lia o comentário aqui do renatiano, deixo com carater de presença minha aos coments uma poesia encontrada no blog da Lia:
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
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